DESSALINIZAÇÃO
Os métodos mais utilizados no mundo para dessalinizar água do mar para produção de água doce são destilação (energia térmica) e osmose inversa (energia elétrica).
No método de destilação, também chamado evaporativo, é utilizado calor para ferver a água do mar em baixas temperaturas, em condições de vácuo.
No método de osmose, água do mar em alta pressão é forçada a passar através de um conjunto de membranas, cientificamente elaboradas, onde somente as moléculas de água passam em seus poros, retendo os sais.
O processo de destilação tem três métodos básicos mais utilizados, como por exemplo nas grandes usinas no Oriente Médio: MED (Destilação Multi Efeito), MSF (Multi Estágio Flash) e MVC (Compressão de Vapor Mecânica).
No primeiro (MED), os vapores de água gerados em um estágio, são a fonte de calor do estágio seguinte. Desta forma, é necessário apenas o fornecimento de energia térmica para o primeiro estágio. Portanto, quanto maior o número de estágios, maior a produção e melhor a razão de ganho de energia específica por m3 de água produzida. No entanto, maior o investimento na construção dos diversos estágios. Além disso, quanto maior o número de estágios, menor a diferença de temperatura entre eles, maior a dimensão dos evaporadores, tornando o projeto cada vez mais intensivo em capital.
No método MSF, a água do mar é aquecida acima de 100ºC e direcionada para o primeiro estágio que libera vapor devido ao ambiente de vácuo e na sequência, flui para o segundo estágio com pressão de vácuo maior e libera mais vapor, e assim em diante, até chegar no condensador após o último estágio. Em cada um desses estágios, o vapor liberado é resfriado no condensador com a própria água no mar que vai alimentar a máquina. Desta forma, em cada estágio a água do mar vai aquecendo, e ao mesmo tempo condensando o vapor gerado, tornando-se água doce destilada.
O método de compressão mecânica de vapor é muito interessante e também muito utilizado em usinas de dessalinização. O vapor gerado no evaporador é comprimido e passa a ser a própria fonte de calor que faz evaporar a água do mar em um ciclo fechado e contínuo. A energia dispendida é a energia elétrica do motor acionador do compressor, ou o combustível de uma máquina térmica. Este método inicia-se com alguma fonte de calor, até o início da evaporação, quando é acionado o compressor.
O processo de osmose inversa pode operar com até três estágios, e exige pressões elevadas de bombeio da água do mar. Portanto é intensiva em energia elétrica, ao passo que na destilação o grande consumo é de energia térmica.
A decisão de qual método utilizar, bem como da quantidade de estágios do projeto, depende de estudo de viabilidade técnico econômico, que leva em conta o tipo e os custos das energias disponíveis (elétrica ou térmica), e o volume de água doce requerido.